quarta-feira, 15 de julho de 2015

Quando acordei, vi na janela um quadro pintado de cores confusas... Uma neblina branca cobria o vale da cidade até a altura do topo do morro. O morro aparecia discretamente, mostrando apenas o fusco das árvores mais altas, sob o anúncio do sol... O sol riscava uma faixa amarela no horizonte, que dissolvia a noite do alto céu escuro...
Às seis da manhã a gente acorda meio confuso, entre a passividade da noite e a encenação do dia... Enquanto ainda me lembro dos sonhos de durante repouso das minhas emoções, a razão logo dissolve tudo e me exige postura. Não sei bem que razão é essa, que intuo sem possuir. Mas aquela faixa amarela de sol, entre a neblina da minha mente e a escuridão do meu contexto, me revela algum horizonte vivo, duradouro, e muito mais constante. Não... eu não sei bem o que espero daquela linha no horizonte... Mas posso notar que ele é belo... e é pra lá que devo seguir.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O pais amanheceu de luto com a derrocada da seleção ontem, contra a Alemanha. Alguns anunciam ser hoje uma quarta-feira de cinzas. Apropriado. É uma manhã em que, após dias de carnaval, cai a ficha de que estamos numa condição pueril e que a festa era pura ilusão.
Difícil cair a ficha as vezes... mas uma pancada na cabeça talvez ajude. Foi o que aconteceu ontem. Não por um acidente 'fisiológico', como o da Copa de 1998, ou como vários que alertaram pelo caminho. Não. Foi algo consciente. Um time preparado, que trabalhou sério no seu objetivo, que não se desviou à emoções antagônicas ao esporte, nocauteou o outro time que só vive de emoções, comemorando ou lamentando excessivamente... fantasiado com uma falsa faixa de campeão. Uma boa descrição que encontrei para a seleção brasileira é a de que era um time de vidro, que se quebrou. Chegou a intimidar alguns, talvez, que não notaram sua fragilidade. Mas aí a mascara caiu... ou a fantasia toda. 
E a seleção é um reflexo de todo país. Um país que vive de emoções. Que, por mais que reconheça a seriedade dos seus problemas, não sabe tratá-los na realidade. Alivia as dores com uma festa... um riso... ou um choro... um discurso emotivo de palanque... de rua... que distraia os olhos da realidade. Foi bonita a entrevista do capitão do time, ontem. O cara chorou... e é claro que um choro expressa, do fundo, um sentimento sincero. Mas... Davi Luiz... se o Brasil ganhasse, o sofrimento do seu povo não seria resolvido. Seria "uma alegria"... claro. Válida? Talvez... se soubéssemos tratar nossas mazelas... Mas como tratamos?
Vamos pras ruas?! Fazer nossos líderes de Judas e clamar a ideologia da baderna?! Nããão... A grande massa dos nossos protestantes clamaram pacificamente... Mas me diga... Quantos daqueles milhares de brasileiros das passeatas já foram a um conselho de saúde ou educação, na sua cidade? Ou dos que gastaram horrores para assistir aos jogos, dos que vaiaram a nossa soldado de frente, diante do mundo! Ou dos que dispuseram tanto tempo no voluntariado à Fifa... Quanto trabalhamos de fato, minha gente, por um Brasil melhor?
É a pergunta que faço, é claro, primeiramente a mim. O esporte, que deveria ser uma expressão paralela de trabalho sério, disciplina, união... se mostrou na Copa, no Brasil, tudo que seja o oposto disso. E enquanto tento me avaliar, me corrigir... buscar algo sério a me apegar, encontro em meu contexto uma nação Macunaíma... que só gosta de brincar. A "quarta de cinzas" alemã aconteceu há 12 anos atrás, numa derrota equivalente para o Brasil. Ou... numa rendição política há vinte e cinco ou cinquenta anos... e na reconstrução de um país por inteiro... Mas como eu não estou livre de nenhuma das criticas desse meu desabafo,vou começar arrumando meu próprio quarto...

sábado, 10 de maio de 2014

"Descobri de onde vem a vida... por onde entrei deve haver uma saida..." Viajando nesses versinhos do Teatro Magico, tirei uma liçao importante. É o amor que concebe a vida! E nele vou achar sentido aos desvaneios das minhas trilhas... Seja como for que você o compreende, é sempre por esta forma romantica ou àspera, concisa ou esparsa, de se unir duas pessoas, que se forma uma terceira pessoa. E é por esta forma estranha de se germinar sementes na barriga, dividir nutrientes do organismo, desalinhar as formas do corpo... enfim, de se sacrificar que se gera outra vida. Assim cresce a humanidade. Uma liçao singela que pude apreciar na maternidade adentrando minha casa, e que agradeço à Graziele por ter me demonstrado isso tao de perto. Por que fez? Certamente nao foi por qualquer prazer ou satisfaçao propria, exclusiva. Mas pelo outro, somente. Por amor... E ai penso, entao, que minha mae fez isso um dia por mim também... Da pra dizer hoje com muito mais entendimento, mae: muito obrigado! E parabéns a vocês todas!